6 dificuldades que todo empreendedor tem – e como lidar com elas

Por Fernanda Santos

Abrir o próprio negócio não é tarefa fácil, mas tocar a empresa e encarar os problemas do dia a dia pode ser ainda mais complicado

Com algumas dicas de quem já tem experiência, é possível se organizar melhor para não perder dinheiro

Abrir o próprio negócio não é tarefa fácil. Com algumas dicas de quem já tem experiência, é possível se organizar melhor para não perder dinheiro

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Os desafios e dificuldades dos empreendedores não terminam quando a empresa abre as portas. Ao contrário. É no dia a dia que a maior parte dos problemas aparece e cresce, pois a falta de tempo para resolver é uma reclamação comum entre as pessoas que têm o próprio negócio.

São problemas com funcionários, fornecedores, taxas de maquininha de cartão, atendimento do banco, entre tantos outros perrengues. Pensando em ajudar, a Azulis conversou com 25 pequenos e médios empresários do País e reuniu uma lista com suas maiores dificuldades diárias. As dicas de como lidar com os problemas são de Renato Moreira, analista de negócios do Sebrae em São Paulo.

1 - Falta de tempo

Pesquisa Desafios dos Empreendedores Brasileiros, feita pela Endeavor e pela Neoway com dados do Datafolha, revelou que a maior dificuldade de quem tem o próprio negócio é a gestão de pessoas. O quesito ficou com nota 6,7 em uma escala de 1 a 10 pontos – quanto mais pontos, pior é o problema.

Com os recursos limitados, e precisando reinvestir parte do lucro no próprio negócio, eles acabam não contratando mais funcionários. A consequência é o acúmulo de funções.

“A maior dificuldade do meu dia a dia é a falta de tempo. Hoje, infelizmente, a gente não consegue pagar mais funcionários para fazer o que a gente faz. Se tivéssemos mais tempo, conseguiríamos crescer mais rápido”, diz Lucas Baganha, sócio da Empadinha Mineira, em Florianópolis.

A dica para o empreendedor que está com problemas com o relógio é aprender a administrar melhor o tempo e organizar todos os afazeres em uma agenda, de forma que consiga dedicar uma parte do dia a cada tarefa importante. No negócio próprio, deixar pendências de lado significa perder dinheiro.

“Muitas vezes, o empresário acha que o importante é vender. Ele não pensa que não fazer o controle financeiro, por exemplo, é um problema. Se não der atenção ao fornecedor, também acaba pagando mais caro. Tudo é importante. É preciso cuidar de toda a empresa com o mesmo o carinho”, diz Moreira, do Sebrae.

2 - Problemas com funcionários

As relações com outras pessoas, no geral, são sempre uma questão delicada nos negócios. “É delicado porque ser humano não vem com ficha técnica”, diz o analista do Sebrae.

No caso dos funcionários, o tema é ainda mais importante, pois são pessoas essenciais para o sucesso de qualquer empresa. Quando eles faltam, pedem demissão sem aviso prévio ou pecam no atendimento, os empresários costumam ter uma grande dor de cabeça.

“Eu aprendi a não surtar mais. Às vezes o funcionário sai do nada, você contrata outra pessoa e ela não aparece. Eu não consigo fazer tudo sozinha, é muito desgastante”, diz a dentista Milena Louzas, dona do consultório Família no Dentista.

Para minimizar o risco de ter problemas futuros, Renato Moreira, do Sebrae, aconselha o empreendedor a traçar um perfil muito claro para a vaga antes de contratar seus colaboradores.

“Mesmo que seja uma indicação, alguém de confiança, não significa que a pessoa está apta a desenvolver aquela função. Um recrutamento preciso minimiza os riscos de a pessoa não ter perfil ou vontade de exercer o trabalho”, diz o especialista.

Além disso, é importante treinar os funcionários para que entendam bem a dinâmica da empresa, e sempre fazer pequenas ações motivacionais. O empresário pode, por exemplo, dar recompensas aos funcionários que têm bom desempenho e fazer ações internas que incentivem a equipe a “vestir a camisa”.

3 - Sazonalidade do negócio

Muitos negócios são sazonais e têm vendas mais expressivas em determinadas épocas do ano. Essa diferença no lucro ao longo dos meses pode prejudicar o caixa da empresa, se o empreendedor não tiver uma boa estratégia para lidar com a oscilação.

No caso de Karina Fattibene, dona do Mercadinho Natural, em São Paulo, o inverno é uma época preocupante. “As pessoas não querem comer salada, açaí, querem algo mais pesado. Nosso público é muito fitness, consome barrinhas, e no inverno não é tão legal malhar. O movimento cai pela metade”, conta.

Para amenizar os prejuízos da sazonalidade do negócio, Moreira, do Sebrae, recomenda que o empreendedor pense em outras possibilidades, busque novos mercados e faça parcerias. “Às vezes, é preciso pensar fora da caixa. Alguns cursos até ajudam a trabalhar isso, desenvolver um olhar diferente”, diz.

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4 - Relações com o banco

Outra reclamação citada por quase todos os empreendedores é referente à prestação de serviços dos bancos. A dificuldade começa em escolher um banco que atenda às necessidades dos empreendedores, já que muitas instituições não têm boas soluções para pessoas jurídicas. Em seguida, vêm os problemas com os gerentes, que muitas vezes não são solícitos ou disponíveis como deveriam ser.

“Meu banco não tem atendimento humano nenhum, todo o atendimento é eletrônico e a gerente, quando aparece, é ríspida”, diz Karina, do Mercadinho Natural.

A empreendedora tem conta em uma das maiores instituições financeiras do país e está extremamente insatisfeita com o serviço.

Para Renato Moreira, do Sebrae, o atendimento varia muito de banco para banco e agência para agência, por isso não é possível dizer qual instituição é melhor. A dica para ter menos dor de cabeça com o gerente é estreitar o contato desde cedo, mesmo quando não estiver precisando dele.

“O empresário só procura o banco quando tem problemas. Orientamos, de vez em quando, que ele visite a agência, tome um café, pergunte o que o gerente tem de soluções à disposição para o negócio”, diz.

Se ainda assim o empreendedor continuar sendo maltratado, a indicação é trocar de banco. “A razão de existir de uma empresa são os clientes. Se a instituição não te trata bem, vá em busca de outra que trate”, afirma Moreira, do Sebrae.

5 - Taxas diversas

Tarifas bancárias, alíquotas da maquininha de cartão, juros de empréstimos, taxas de voucher (cartões-benefícios) e das empresas de entrega. Não há empreendedor que não reclame desses típicos gastos mensais dos quais não dá para fugir.

“Minha gerente do banco autorizou a antecipação dos recebíveis do cartão sem eu pedir. Descobri só um ano depois que estava recebendo as vendas do crédito antes e pagando um monte de taxas”, conta Sabrina Kim, dona da loja de roupas Solenzara, em São Paulo, e do Instagram Sapatos da Sá, que vende sapatos sob medida.

O analista do Sebrae, Renato Moreira, diz que a única saída para as taxas altas é pesquisar bastante antes de contratar um produto ou serviço. Segundo ele, a falta de tempo não pode ser empecilho, pois o que está em jogo é o lucro do negócio. “O empreendedor nem precisa ir até a empresa para pesquisar. Hoje, há canais online, telefone para dúvidas. Com boa relação com o banco, também é possível negociar”, diz.

Além disso, ele indica ao empreendedor ficar muito atento à vigência dos contratos, pois é possível que as taxas aumentem após determinado período sem que o empresário seja notificado.

6 - Contabilidade e impostos

O serviço de contabilidade e os impostos a serem pagos são outros dois grandes problemas de quem tem o próprio negócio. Fora a carga pesada de tributos, boa parte dos empreendedores não está satisfeita com os serviços dos escritórios de contabilidade – ou porque a comunicação é difícil ou porque eles não se atualizam em relação à legislação.

“O serviço do meu contador não é bom. Sai uma legislação nova e eu preciso ir atrás para entender, porque ele não vai. Ele emite o imposto, a folha, e acabou. Ganha um dinheiro fácil”, diz Daniela Andrade, dona da bomboniere +Kidoces, em São Paulo.

Para Renato Moreira, do Sebrae, o ideal é encontrar um contador que seja especializado no seu ramo de negócio. ”Cada atividade tem suas peculiaridades. As empresas especializadas estão sempre buscando informações sobre o setor”, diz.

Que a vida de empreendedor não é fácil, todo mundo sabe. Mas se antever aos problemas do cotidiano e buscar ajuda especializada para aprender a lidar com as dificuldades minimiza os riscos e aumenta as chances de o negócio decolar.

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