Depois de demissão, empreendedora investe em pão de queijo

Por Isabela Borrelli

A proposta da Santa Biscoiteira é ser mais saudável e não levar óleo, manteiga ou margarina na receita. Saiba como esse negócio deu certo!

O que não falta em São Paulo é pão de queijo. Com cafeterias e redes especializadas, a cidade parece já ter um mercado saturado. Mas sempre há lugar para mais um, principalmente se ele tem um grande diferencial: ser mais saudável e não levar óleo, manteiga ou margarina na receita. E foi isso que Ana Beatriz Cuenca descobriu ao trazer a sua marca Santa Biscoiteira de Salvador para a capital paulista em janeiro de 2019.

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Santa Biscoiteira: do Nordeste ao Sudeste

Um ano antes disso, no entanto, Ana Beatriz tinha uma vida completamente diferente: morava em São Paulo e trabalhava na Livraria Cultura, como coordenadora de atendimento ao cliente. A ideia de fazer um negócio na área surgiu mais ou menos nessa época, com forte inspiração da amiga Josana Ferraz, chef que já tinha experiência com o salgado brasileiro e queria testar novas receitas. Até julho, o plano parecia um sonho distante… mas isso mudou de figura quando, após ser demitida em um dos grandes cortes da Livraria Cultura, a vida de Ana virou de ponta cabeça. 

No mesmo mês, a ex-coordenadora voou para Salvador decidida a abrir uma loja de pão de queijo com ajuda de Josana, que bolou uma receita sem óleo, manteiga e margarina. Foi nesse turbilhão que nasceu a Santa Biscoiteira, que depois de provar que tinha mercado, com cafeterias e pessoas físicas como clientes, foi trazida pela dupla, Ana como proprietária da marca e Josana como chefe operacional, direto para São Paulo.

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Em São Paulo, a equipe continuou pequena: no total são 4 funcionárias que ajudam com a produção, fora Ana e Josana. Enquanto a chefe operacional controla a criação do produto, a dona é responsável por todo o resto. “Tudo, fora a parte operacional, sou eu que faço. Redes sociais, vendas, financeiro. Já tivemos pessoas interessadas em entrar como sócio investidor, mas não temos interesse. Não queremos crescer muito, porque achamos que atrapalha na qualidade do produto”, conta Ana Beatriz.

Pão não só de queijo

A preocupação com a qualidade do produto é compreensível. Eu cheguei a experimentar o pão de queijo tradicional da marca e admito: nunca provei nada igual. Talvez o primeiro pão de queijo que comi e que o gosto do queijo era tão presente. Mas a Santa Biscoiteira não se restringe ao sabor tradicional. Além dele, os pães de queijo podem ser encomendados nos sabores goiabada cascão, multigrãos, provolone, gorgonzola, doce de leite e muito mais. Para consultar valores e realizar encomendas, é só acessar a página da loja no Salve os Pequenos ou segui-los no Instagram.

Além disso, por optarem por um atendimento mais próximo ao cliente, Ana Beatriz também comentou sobre a possibilidade de personalização do pedido, dependendo de qual seria. Tudo isso entra na filosofia de atendimento da marca. “O mundo moderno anda bastante difícil. As pessoas estão  sempre na correria, não olham para o outro de uma forma atenciosa. Quero resgatar isso por meio da nossa loja”, defende a empreendedora.

Essa atenção rendeu bons frutos no pouco mais de um ano da marca. Até o momento, a Santa Biscoiteira tem mais de 10 cafeterias como clientes fixos, fora as pessoas físicas. O mês de março, por exemplo, seria um marco para a loja, uma vez que na metade do mês já tinham batido 80% da média mensal. Infelizmente, o quase recorde coincidiu com a chegada da pandemia do coronavírus.

Quarentena, reinvenção e futuro

“Com a vinda da pandemia, foi um choque. Nunca vou esquecer: parou tudo. Cafeterias que tinham comprado há mais de trinta dias, antes da pandemia, acabaram não pagando”, revela Ana. A escapatória foi focar as vendas 100% na pessoa física e antecipar férias de três funcionárias.

Além disso, Ana admite buscar várias formas alternativas para divulgar o negócio. Em uma dessas pesquisas, por sinal, ela achou o Salve os Pequenos e cadastrou a Santa Biscoiteira na plataforma. O Salve os Pequenos é uma iniciativa da Azulis que tem como objetivo conectar pequenos empreendedores que estão realizando a entrega de seus produtos a consumidores que precisam deles durante a quarentena.

Presente e futuro

Ana admite que a venda para o consumidor direto não rende um fluxo igual às cafeterias, mas a opção está ajudando a loja a sobreviver e a manter firme os planos para o futuro. “Temos planos de automatizar um pouco a produção, já que hoje cada pão de queijo é enrolado na mão. Também queremos ir para um lugar maior e trazer a fábrica para São Paulo para ter mais agilidade”, conta.

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